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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Gay agredido sente dor de cabeça e volta a ser internado, diz namorado Vítima que teve a perna quebrada está com traumatismo e hemorragia. Polícia investiga homem que pode ser um dos agressores a casal em SP.


Vítima mostra exame de fratura na perna  (Foto: Roney Domingos/ G1 )Coordenador financeiro mostra exame de fratura na perna após ser vítima de ataque sofrido no sábado; ele voltou a ser internado em hospital da Zona Sul de São Paulo após sentir fortes dores de cabeça, segundo o informou o seu namorado, o analista Marcos Villa (Foto: Roney Domingos/ G1 )
 O coordenador financeiro de 30 anos que teve a perna quebrada após ser agredido juntamente com seu namorado por dois homens, no sábado (1º), na região da Avenida Paulista, em São Paulo, voltou a ser internado. De acordo com o analista fiscal Marcos Paulo Villa, de 32 anos, seu companheiro, que não quer ter o nome divulgado, está desde terça-feira (4) em observação no Hospital Nossa Senhora de Lourdes, no Jabaquara, Zona Sul, depois de se queixar de fortes dores de cabeça.
“Os médicos constataram que ele teve traumatismo craniano e está com uma hemorragia cerebral. Não sei se o quadro é grave, mas merece cuidados. Infelizmente, ele está meio desorientado e não tem condições de falar ainda”, disse Villa na manhã desta quinta-feira (6) aoG1.

Não há previsão de alta médica. O trauma e o sangramento são resultados das pancadas que ele sofreu na cabeça dos agressores. Ele está em tratamento para reduzir esses danos. Por causa da fratura na perna, ele terá de ficar mais de três meses fora do trabalho”, afirmou o analista sobre a saúde de seu namorado.
Villa também foi agredido - levou socos na nuca. O ataque ao casal gay ocorreu na madrugada do sábado na esquina das ruas Bela Cintra e Fernando de Albuquerque. Câmeras de segurança de um posto de gasolina gravaram os agressores, mas não o momento do ataque.

Investigação
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) tenta identificar os responsáveis pelo ataque. Policiais civis ligados à investigação disseram nesta quinta ao G1 que têm informações sobre um homem que pode ser um dos suspeitos das agressões. Ele seria o rapaz que aparece de camiseta azul clara nas imagens gravadas pelo circuito interno de câmeras de segurança da loja de conveniência do posto de combustíveis. Seu nome é mantido sob sigilo para não atrapalhar as investigações.

A polícia pretende ouvir esse suspeito nos próximos dias e chamar as vítimas para fazer o reconhecimento dele. Caso ele seja apontado como um dos agressores, será pedida sua prisão temporária à Justiça. Não há informações de quando isso deverá ocorrer.

Ainda sobre as cenas gravadas no posto, elas mostram outro jovem suspeito vestindo camiseta preta. O rosto dele é flagrado por uma câmera. De acordo com as vítimas, foi ele quem quebrou a perna do coordenador.

Em outro trecho da gravação, os dois suspeitos são vistos discutindo com Villa e o namorado. As imagens foram obtidas pela imprensa e divulgadas durante esta semana.
Mapa agressão a gays Avenida Paulista (Foto: Arte/G1)
O crimeO casal foi espancado pelos dois homens após sair do Sonique Bar, na Rua Bela Cintra, próximo à Avenida Paulista, onde havia discutido antes com os agressores. De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 78º Distrito Policial, nos Jardins, o motivo da desavença foi o assédio sofrido pelas amigas dos homossexuais, que não gostaram de ser paqueradas.

Ainda segundo a investigação, os agressores abordaram os gays na saída da boate e no posto de combustíveis Após os xingamentos, o coordenador levou um soco na boca, caiu e foi agredido com chutes. Ele teve fratura na perna direita. Villa sofreu escoriações na nuca.

Os agressores estavam com roupas e tatuagens de surfistas. A investigação descartou a ação de grupos organizados de intolerância contra gays, como skinheads e neonazistas.

Segundo policiais da Decradi, outros cinco nomes de suspeitos de participar das agressões estão sendo checados. Todos são clientes do Sonique que estavam no bar entre a noite de sexta-feira (30) e a madrugada do sábado, período que os envolvidos estiveram no local. Todos os frequentadores que vão à casa noturna fornecem os nomes e telefones para receberem os cartões de consumo. A investigação recebeu do bar uma lista com a relação desses clientes.

Outros casosNo dia 14 de novembro de 2010, quatro menores de 18 anos e um maior de idade agrediram pedestres na Avenida Paulista. Eles chegaram, inclusive, a desferir golpes com lâmpadas fluorescentes em uma das cinco vítimas do grupo. Para a polícia, a motivação dos ataques foi homofobia. No dia 4 de dezembro, o operador de telemarketing Gilberto Tranquilini da Silva e um colega dele, ambos de 28 anos, foram vítimas de uma agressão nas proximidades da Estação Brigadeiro do Metrô, também na Avenida Paulista. Eles disseram à polícia que o ataque foi motivado por homofobia.

No dia 25 de janeiro deste ano, um estudante de 27 anos afirmou que ele e um amigo foram vítimas de um ataque homofóbico na Rua Peixoto Gomide, quase na esquina com a Rua Frei Caneca, quando levou uma garrafada no olho direito.

No dia 23 de março, o ativista do movimento LGBT Guilherme Rodrigues, de 23 anos, foi agredido em um posto de combustível na esquina das ruas Augusta com Peixoto Gomide, também na região da Avenida Paulista.

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