Powered By Blogger

terça-feira, 31 de maio de 2011

Após acidente, Castán se defende: 'Eu jamais atiraria em alguém' Zagueiro posta mensagens no Twitter e diz que conversou com o amigo


O zagueiro Leandro Castán, do Corinthians, se pronunciou pela primeira vez desde que atirou, acidentalmente segundo ele, no amigo Leonardo Calixto Pessuti. O disparo, de uma espingarda de pressão, ocorreu na noite da última segunda-feira, na cidade de Jaú, no interior de São Paulo, durante uma confraternização na casa do pai do atleta. Leonardo está hospitalizado. Castán será investigado por lesão corporal, mas fez questão de se defender e prestar solidariedade ao amigo.
Orientado pelo clube e por advogados a não dar entrevista, Leandro Castán preferiu se manifestar pelo Twitter. Através da rede social, o jogador agradeceu as mensagens de carinho que recebeu, explicou o ocorrido e mostrou preocupação com Leonardo.
- Pessoal obrigado pelo carinho e pela força de todos. A mãe do Léo me colocou no telefone para falar com ele. Acabamos de conversar e ele me disse que está se recuperando bem e que logo sai dessa - disse.
O corintiano também tratou de se defender. Segundo sua explicação, a arma disparou quando ele estava passando para as mãos do amigo. O tiro atingiu o pulmão de Leonardo. A espingarda passou por perícia e foi apreendida pela polícia. Leandro e os outros envolvidos foram ouvidos e liberados por ter se tratado de um acidente. Porém, a Polícia Militar informou que o atleta será investigado por lesão corporal.
- Quem me conhece sabe do meu caráter e que jamais atiraria em uma pessoa, ainda mais estando dentro da minha casa e com um amigo. Foi um acidente que infelizmente aconteceu e logo o Léo estará aí de volta. Quem o conhece sabe que esse menino é demais. Força, Léo.
Leonardo, de 20 anos, está hospitalizado na Santa Casa de Jaú. O diretor-clínico do local, João Carlos Miranda de Almeida Prado, disse que o projétil disparado parou muito próximo do coração.
- Por muito pouco ele não teve um ferimento fatal, apesar de um projétil de tão pequeno calibre. O risco maior, que era de sangramento, já passou - afirmou Prado, que é cirurgião-geral e também participou do atendimento.

Morre adolescente espancada por namorado em Patos de Minas Vítima teria sido agredida por 12 horas seguidas. O companheiro está foragido, segundo a polícia.


A adolescente de 17 anos que teria sido espancada por 12 horas pelo companheiro morreu na tarde desta terça-feira (31), no Hospital Regional Antônio Dias, em Patos de Minas, na Região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais. Ela estava internada desde sábado (28). Por causa do espancamento, a vítima perdeu um dos rins e parte do intestino. (Veja o vídeo ao lado)
De acordo com a Polícia Militar (PM), a agressão teria acontecido por causa de uma crise de ciúmes. O suspeito era companheiro dela há mais de um ano, e a agressão teria sido na madrugada deste sábado (28). Segundo a PM, a mulher foi mantida em cárcere privado por mais de 12 horas.
Durante este período, conforme a PM, o homem feriu a vítima com chutes, tapas e socos. Um bastão de madeira também foi usado para machucar a mulher. Pensando que ela estivesse morta, o suspeito foi à casa da tia dela, entregou as chaves da casa e disse que tinha matado a companheira.
A polícia foi chamada e encontrou a vítima inconsciente, em cima da cama. O Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar os primeiros socorros.
Segundo a PM em Patos de Minas, o suspeito continua foragido.

Lula faz campanha para ONG de combate à miséria


A campanha "Cresça" traz um vídeo de um minuto com o depoimento do ex-presidente. Além de Lula, participam da campanha a atriz Scarlett Johansson e o arcebispo emérito da África do Sul Desmond Tutu

Por Agência Estado
Reprodução Internet
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoia a campanha "Grow" da Oxfam
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a estrela da nova campanha contra miséria da Oxfam, uma confederação criada na Inglaterra que reúne 15 organizações em mais de 98 países na luta contra a pobreza. Lançada mundialmente nesta terça-feira (31/05), a campanha "Cresça" traz um vídeo de um minuto com o depoimento do ex-presidente. Além de Lula, participam da campanha a atriz Scarlett Johansson e o arcebispo emérito da África do Sul Desmond Tutu.

No vídeo, Lula afirma que é responsabilidade dos governos garantir segurança alimentar aos seus cidadãos. Segundo Lula, prover renda é a condição básica para se promover paz, democracia e cidadania. "Não existe conquista mais importante para uma sociedade do que poder tomar café de manhã, almoçar e jantar", disse. O ex-presidente finaliza sua fala defendendo a responsabilidade dos países mais ricos em ajudar as nações mais pobres.
A campanha da Oxfam prega ações contra a crise alimentar e os problemas ambientais que afetam a produção e a distribuição de alimentos. De acordo com a entidade, a escassez de alimentos, agravada pelas mudanças climáticas, criará milhões de famintos. A Oxfam defende que sociedade mundial mude sua forma de desenvolvimento e de distribuição de alimentos.
"Dividir alimento é um dos prazeres da vida. Em escala global, nós não dividimos de maneira justa. Aproximadamente um bilhão de pessoas vão dormir toda noite com fome. O fato é: o sistema alimentar global está quebrado. Todos nós, do Kentucky ao Quênia, merecemos ter o suficiente para comer", apelou a atriz Scarlett Johansson, embaixadora global da Oxfam.
Veja o vídeo em que Lula apóia a Oxfam

Senado aprova plebiscito sobre criação do estado de Tapajós Novo estado ocuparia cerca de 58% da área total do Pará. Plebiscito sobre criação de Carajás, também no Pará, já foi aprovado.


O plenário do Senado aprovou na tarde desta terça-feira (31) o projeto que prevê a realização de plebiscito sobre a criação do estado de Tapajós, que seria uma divisão do estado do Pará.
Pará Corrigido (Foto: Arte/G1)Arte/G1
A matéria já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. E, em 5 de maio, o plenário da Câmara já havia aprovado um decreto legislativo que autoriza realização de plebiscito sobre a criação de Tapajós, que estaria localizado a oeste do Pará, ocupando cerca de 58% da área total do estado. Ao todo, 27 municípios estão previstos para o estado de Tapajós, que teria Santarém como capital.
Após a promulgação da proposta pelo presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), o plebiscito poderá ser realizado em até seis meses, de acordo com a organização da Justiça Eleitoral.
Carajás
O Congresso já aprovou projeto que prevê um plebiscito sobre a criação do estado de Carajás, que estaria localizado a sul e sudeste do Pará e teria como capital a cidade de Marabá.
O novo estado seria formado por 39 municípios, com área equivalente a 25% do atual território do Pará.

Aos 10 anos, indiano é o mais jovem a fazer cirurgia para reduzir estômago Ksithijj Jindger chegou a pesar 127 quilos. Dois anos após a operação, garoto indiano chega a menos de 70 quilos.


Um garoto indiano de 10 anos pode ser o mais jovem a ter passado por uma cirurgia para reduzir o estômago. Ksithijj Jindger chegou a pesar 127 quilos até 2009, quando passou por uma operação  que limitou a entrada de alimentos no órgão com uma banda gástrica.
Jindger já pesava 50 quilos ao completar 3 anos de idade. Desde o início de sua vida, o garoto de Chennai recebeu uma alimentação rica em gorduras. Os pais do indiano afirmam ter "mimado" o filho e não se davam conta de como a dieta fazia mal ao menino.
Agora Jingder vive com um estômago menor e, aos 11 anos, já está com 69 quilos. Os médicos afirmam que Jingder é a pessoa mais jovem no mundo a passar por essa cirurgia, que é recomendada somente a partir do final da adolescência para pessoas com índice de massa corporal acima de 40 (obesidade grave).
* Com informações da Barcroft Media e do jornal Daily Mail.
Garoto cirurgia bariátrica Índia 1 (Foto: Richard Grange / Barcroft Media / Getty Images)Ksithijj Jingder aos 11 anos de idade, com 69 quilos, e em 2009, antes de passar por cirurgia bariátrica, quando o indiano alcançou 127 quilos. (Foto: Richard Grange / Barcroft Media / Getty Images)

Radiação de telefones celulares pode causar câncer, diz braço da OMS Não há, no entanto, casos confirmados ligados ao uso do aparelho. Anúncio foi feito a partir de análises de estudos científicos.


A radiação eletromagnética vinda de telefones celulares pode causar um tipo de câncer no cérebro, de acordo com anúncio feito nesta terça-feira (31), na França, pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, na sigla em inglês), um braço da Organização Mundial de Saúde (OMS). A agência, no entanto, ressaltou que, até agora, não foram registrados casos de problemas de saúde ligados ao uso do aparelho.
Segundo estimativas da agência, há mais de 5 bilhões de aparelhos celulares em operação no mundo.
O anúncio foi feito a partir da revisão de estudos médicos sobre o tema, feita por um grupo de 31 cientistas de 14 países. Os pesquisadores colocaram a radiação dos telefones móveis no mesmo nível de perigo que a emissão de gases vinda de automóveis, o chumbo e o clorofórmio, o "grupo 2-B", "possivelmente carcinogênico para humanos".
Os detalhes do levantamento serão publicados na edição de julho da revista médica "Lancet".
Em resumo: embora não haja até agora nenhum caso de câncer ligado ao uso de celulares, isso pode ocorrer no futuro, de acordo com a organização.
No ano passado, um estudo encomendado pela própria OMS não havia encontrado elos o bastante para justificar o risco aumentado para tumores entre usuários de telefones celulares.
Segundo a agência, não há estudos suficientes para garantir que a radiação de celulares é segura e há dados o bastante sobre os riscos para que os consumidores sejam alertados.
Conclusões
O grupo afirma que há evidências "limitadas" de aumento de risco para gliomas e neuromas -- o suficiente para a classificação no grupo 2-B, segundo o cientista Jonathan Samet, da Universidade do Sul da Califórnia, presidente do grupo de trabalho da Iarc.
"A conclusão é de que pode haver algum risco e portanto precisamos ficar atentos para um elo entre celulares e câncer", afirmou ele em nota.
Os cientistas não quantificaram o risco, mas Samet informou que um dos estudos analisados apresentou um risco aumentado de 40% para gliomas entre as pessoas que usavam celulares em média por 30 minutos por dia ao longo de 10 anos.

 

Empresário processado tenta fugir de fotógrafos vestindo-se de mulher Martyn Crute deixou tribunal de saia, salto alto e peruca, mas o disfarce foi descoberto em poucos segundos.


Um empresário britânico processado na Justiça tentou escapar da atenção da mídia em um tribunal ao sair do local vestido de mulher.
Como atestam as imagens que acompanham este texto, a tática de Martyn Crute não foi bem sucedida.
Martyn Crute deixou tribunal de saia, salto alto e peruca, mas o disfarce foi descoberto (Foto: Caters)Martyn Crute deixou tribunal de saia, salto alto e peruca, mas o disfarce foi descoberto (Foto: Caters)
O empresário, que está sendo processado por utilizar ilegalmente um selo de registro com a agência reguladora do setor de instalações de gás na Grã-Bretanha, foi flagrado pelas câmeras com o disfarce ao sair do tribunal da cidade de Lincoln, no norte da Inglaterra.
Ele vestia um top listrado, uma saia preta longa, sapatos de salto alto e uma peruca de cabelos castanhos longos e cacheados.
Seu disfarce foi descoberto em apenas poucos segundos pelos fotógrafos que esperavam do lado de fora do tribunal.
Ele ainda tentou esconder o rosto com os cachos da peruca, mas também não teve sucesso.
RegistroCrute, de 48 anos, foi acusado de fazer instalações de gás por 15 meses sem ter o registro obrigatório com a agência Corgi, que fiscalizava o setor no país.
A empresa de Crute foi acusada de colocar vidas de clientes em risco ao fazer as instalações sem seguir o padrão estabelecido pela agência.
O empresário recebeu uma multa de 2 mil libras (cerca de R$ 5,3 mil) e foi condenado a pagar outras 41 mil libras (R$ 108 mil) em custos do processo, além de ser proibido de dirigir outra companhia por sete anos.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vai a 12 o número de mortos por bactéria no norte da Alemanha Órgão da União Europeia diz que contaminação veio de pepinos espanhois. Comissão afirma que há casos em outros países do continente europeu.

Sobe para 12 o número de mortos por conta de contaminação com a bactéria Escherichia coli no norte da Alemanha, informaram autoridades nesta segunda-feira (30). A morte mais recente foi a de uma mulher de 87 anos, vítima de graves problemas renais.
O Sistema de Alerta Rápido para Gêneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF, na sigla em inglês) confirmou a distribuição do micro-organismo também na Dinamarca, República Tcheca, Hungria, Luxemburgo e Espanha.
O país ibérico também é apontado pelo órgão ligado à Comissão Europeia como possível origem dos pepinos contaminados. A Rússia já proibiu a importação de verduras espanholas e alemãs.
Pepinos contaminados vieram da Espanha, diz Comissão Europeia (Foto: Bernd Wuestneck / AFP Photo)Pepinos contaminados vieram da Espanha, diz Comissão Europeia. (Foto: Bernd Wuestneck / AFP Photo)
Segundo o Instituto Robert Koch, que conduz o monitoramento do surto na Alemanha, até agora são 329 casos de contaminação e apenas três mortes confirmadas por conta da bactéria.
O subtipo a causar o surto é o subtipo da bactéria é o enterohemorrágico (EHEC, na sigla em inglês). O micro-organismo causa a síndrome hemolítico-urêmica (HUS, na sigla em inglês), doença é marcada por fortes diarreias com sangue e lesões graves nos rins.
 
* Com informações da France Presse, da Agência Estado e do Instituto Robert Koch.

Passageiro morre em capotagem durante cavalo de pau em Alagoas Corpo foi lançado pela janela de picape em Santana do Ipanema (AL). Manobra ocorreu neste domingo e foi registrada por cinegrafistas amadores.


Um passageiro de 32 anos morreu durante a realização de um cavalo de pau, na tarde deste domingo (29), em Santana do Ipanema (AL). O carro era ocupado pelo motorista e por pelo menos dois passageiros no momento do acidente. O corpo da vítima, que estava no banco do passageiro, ao lado do motorista, foi lançado para fora do carro.
O acidente foi flagrado por pelo menos dois cinegrafistas amadores, que postaram os vídeos na internet. Nas imagens, é possível ver que a picape que capota é acompanhada por outro veículo em uma pista de terra. Antes do acidente, os dois estão em alta velocidade, o que aparenta ser uma corrida de carros. O local é identificado no vídeo como sendo "campo de aviação".
Em determinado momento, o motorista da picape, que está na frente do outro carro, resolve fazer uma manobra chamada cavalo de pau, mas perde o controle do veículo. É neste momento que o passageiro é lançado para fora do carro, que fica virado na pista.
O motorista é retirado pelos espectadores, que esperavam os dois carros passarem, nos dois lados da pista. É possível ver, nas imagens dos cinegrafistas amadores, que havia mais de cem pessoas no local. Muitas delas correm para o veículo tombado e algumas seguram latas ou copos com bebidas.
"O motorista foi identificado e será indiciado por homicídio culposo [quando não há intenção]. Ele foi imprudente e provocou a morte do passageiro", disse o delegado regional Rodrigo Rocha Cavalcante, que vai assumir a investigação do caso. Ele afirmou que ainda não teve acesso aos vídeos do acidente, mas informou que devem ser anexados ao inquérito policial. O delegado não informou se o motorista foi preso em flagrante.
Passageiro é lançado para fora do carro durante capotagem em Alagoas (Foto: Reprodução)Passageiro é lançado para fora do carro durante capotagem em Alagoas (Foto: Reprodução)

Mulher vai fazer endoscopia e sai de hospital de SP sem braço direito Ela sofreu trombose após injeção e teve membro amputado em 2009. CRM apura se houve erro médico; vítima quer R$ 1 milhão de indenização.


Mulher diz ser vitima de erro medico (Foto: Kleber Tomaz/G1)Rosely Viviani, de 48 anos, segura foto dela tirada
há 11 anos: ela teve o antebraço direito amputado
após tomar injeção no pulso.  (Kleber Tomaz/G1)
Em 2009, uma vendedora do interior do estado de São Paulo entrou num hospital filantrópico da capital paulista para fazer um exame gastrointestinal, mas saiu de lá sem parte do braço depois de tomar uma injeção no pulso direito. A mulher se queixou de dores na região durante todo o dia 27 de abril daquele ano. Na manhã seguinte, seu membro não tinha mais circulação sanguínea. Foi constatada trombose no local e, após vários tratamentos sem solução, não restou outra alternativa aos médicos: eles amputaram o antebraço da paciente em 7 de maio.
Até sexta-feira (26) o Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, na Zona Leste, não sabia explicar a Rosely Viviani, de 48 anos, como foi possível ela ter se internado para uma endoscopia (exame que introduz cânula com câmera pela boca do paciente para se verificar doenças gastrointestinais) e dez dias depois ter um membro aparentemente saudável retirado.

Rosely só havia ido ao Santa Marcelina porque semanas antes teve diagnosticado câncer no útero e ovário e precisava fazer a endoscopia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para saber se tinha mais tumores em outros órgãos - o que não se comprovou. “Entrei no hospital com o meu braço e saí de lá sem ele. E até hoje ninguém me disse o que ocorreu”, disse a mulher, em entrevista ao G1 concedida em sua casa em Cerquilho, no interior de São Paulo. Ela é separada e mora com o filho André Luiz, de 11 anos. “Me disseram que tiveram de amputar do cotovelo para baixo senão eu ia morrer. Era meu braço ou minha vida.”

Em busca de respostas, uma comissão interna do próprio hospital e uma sindicância do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) apuram o caso de Rosely para saber se houve erro médico. Existe a suspeita de que uma enfermeira tenha aplicado o sedativo para a realização da endoscopia na artéria em vez da veia. O remédio foi dado por meio de uma agulha, que já havia sido introduzida no pulso da paciente para ministrar outros medicamentos.
“Ela aplicou a injeção na artéria e não na veia. Fora isso, demoraram para ouvir meus pedidos de que eu estava com dor e havia algo errado. Passei mais de um dia com o braço dolorido”, lembrou Rosely.
Hospital e Cremesp também deverão verificar se ocorreu demora no atendimento de Rosely. A vítima se queixou que logo que tomou Diazepan no braço se queixou de dores, mas só foi socorrida 26 horas depois. “Eu chorava de dor, mas ninguém me atendia. Aí já era tarde. Não havia mais circulação sanguínea no braço. As pontinhas dos dedos começaram a ficar pretas, depois começou a escurecer na altura do pulso”, afirmou a mulher.
Caso haja comprovação de algum tipo de erro por parte do hospital, os médicos poderão ser punidos com suspensão administrativa pelo hospital ou até ter a licença para exercer a profissão cassada pelo Cremesp. Como o caso envolve uma enfermeira, o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) em São Paulo também foi procurado pelo G1 para comentar se apurava a denúncia. A assessoria de imprensa do conselho informou que não havia registro sobre o caso.

A outra hipótese que é apurada pelo Santa Marcelina e Conselho de Medicina é que o próprio organismo da mulher tenha reagido de forma inesperada a algum remédio. Se for constatada essa possibilidade, a equipe médica hospitalar é inocentada.

Punção arterial inadvertida e Fenômeno de RaynaudQuestionados sobre as apurações, hospital e Cremesp alegam que não podem dar detalhes antes das conclusões.

Procurada para comentar o assunto, a diretoria médica do Hospital Santa Marcelina informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “o caso referente à paciente Rosely Viviani está com a comissão de ética médica". "A comissão está apurando minuciosamente o ocorrido para verificar se houve erro médico ou não.”

O G1 não conseguiu localizar os médicos e enfermeiros que atenderam Rosely para comentar o assunto.

Apesar disso, a equipe de reportagem obteve documentos do Santa Marcelina que confirmam que o braço de Rosely só passou a apresentar problemas após a injeção que tomou. “(...) a paciente, após punção [aplicação da injeção], evoluiu com obstrução arterial aguda de MSD [membro superior direito]. Foi submetida à trombolectomia e heparinização plena, sem sucesso. Ontem foi submetida à amputação de antebraço direito”, escreveu uma ginecologista do hospital no parecer médico de 2009.

Outro relatório do Santa Marcelina daquele mesmo ano sugere duas causas possíveis para explicar essa “obstrução arterial” que originou a amputação do membro: a injeção ou um fato surpreendente. “Sugeriu a solicitação de parecer para cirurgia vascular aventando a hipótese de Fenômeno de Raynaud ou punção arterial inadvertida”, escreveu um médico.

Especialista e Associação das Vítimas de Erros MédicosSegundo o médico Marcos Arêas Marques, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), uma “punção arterial inadvertida” pode causar isquemia (falta de circulação sanguínea) e até necrose dos membros do paciente, sendo necessária a amputação.

“A punção arterial é qualquer tentativa de pegar a artéria em vez da veia. Teoricamente é um erro que não deve acontecer”, disse o angiologista Arêas Marques, que estuda as doenças das veias e artérias.

Segundo o especialista, o Fenômeno de Raynaud é um espasmo involuntário das artérias das mãos e pode ter origem no próprio organismo humano ou ser causado por um fator externo, como uma injeção aplicada de forma errada.

“Esse vaso espasmo exagerado é percebido quando alguém coloca a mão na água fria e ela fica roxa. As extremidades ficam azuladas. Mas ele pode ser secundário a um trauma também. Por exemplo, uma punção inadvertida com medicação na artéria que era para ser feita na veia. A artéria leva sangue para a extremidade e caso seja aplicado algo nela, pode causar isquemia, falta de sangue, dor na mão e até a perda do membro”, disse Arêas Marques.

Ainda de acordo com o angiologista é comum a aplicação de Diazepan em pacientes antes de endoscopias. “Esse remédio tem o efeito de sedativo porque deixa a pessoa calma para que o procedimento seja mais confortável para o paciente. Mas ele tem de ser aplicado na veia e não na artéria”, afirmou Arêas Marques. “Se injetar remédio endovenoso em artéria pode ter problema, como a Iatrogenia, que é uma complicação adversa de um procedimento.”

“No meu entender ocorreu uma série de equívocos, que caracteriza má prestação de serviço, onde através de uma ação ordinária indenizatória, a vítima deverá ser ressarcida por danos morais, danos estéticos, pensão alimentícia pela incapacidade parcial etc. Houve uma grande demora para que houvesse socorro, 26 horas”, diz Célia Destri, presidente da Associação das Vítimas de Erros Médicos (Averme).
 
Mulher diz ser vitima de erro medico (Foto: Reprodução)Documento do Hospital Santa Marcelina mostra que paciente pode ter sido vítima de erro. Trombose que ocasiou a amputação pode ter decorrido de uma aplicação de injeção na artéria: 'punção arterial inadvertida' (Reprodução)

Ação indenizatóriaQuase um ano depois da amputação, Rosely registrou queixa na Polícia Civil contra o Hospital Santa Marcelina, mas nenhuma investigação foi feita para apurar o que ocorreu com ela. “A declarante foi orientada a instruir ação civil, já que o prazo decadencial de seis meses para oferecer representação pela lesão corporal que sofreu expirou-se”, escreveu uma delegada num boletim feito na capital.

Sem dinheiro para pagar um advogado, Rosely procurou a Defensoria Pública, que entrou na Justiça com uma ação indenizatória por danos morais e materiais em favor da vítima cobrando R$ 1,2 milhão do hospital e do Governo de São Paulo. A Defensoria entende que ocorreram falhas no procedimento médico e demora no atendimento à paciente.

“Houve erro médico porque há indicativos nas provas obtidas de que houve falha e demora no atendimento e procedimento de aplicação. Essa ação de indenização proposta pela Defensoria visa ressarcir a vítima pelos prejuízos sofridos. Ela teve danos materiais e morais”, disse a defensora Renata Flores Tibyriçá, coordenadora da unidade da Fazenda Pública na capital paulista.
De acordo com a defensora, a ação também é contra o Estado porque, segundo ela, todo paciente com câncer atendido pelo SUS precisa de atendimento médico de alta complexidade e isso é responsabilidade do governo.
“Uma pessoa entra para fazer tratamento de câncer e sai sem braço? Isso é um absurdo”, disse Renata Tibyriçá, que pede uma prótese de mão e antebraço, além de um carro adaptado e uma pensão para o filho dela, caso Rosely venha a morrer. A mulher ainda realiza quimioterapia para conter o avanço do câncer. Ela já passou por cirurgia para retirar útero e ovários.
“Continuo fazendo quimioterapia, mas tenho certeza de que o que ocorreu com o meu braço não teve a ver com a doença. Eu não tive câncer no braço, era no útero e ovários”, disse Rosely, que deixou de trabalhar por conta da deficiência. Ela usava o carro, um Gol ano 1995, para comercializar roupas, mas, sem poder dirigir, vendeu o veículo por R$ 7 mil em dezembro de 2010. O dinheiro está servindo para pagar algumas parcelas das mensalidades da faculdade de pedagogia, que decidiu fazer após a amputação. Antes, ela cursava letras, mas desistiu ao entrar em depressão por conta da perda do membro.

Atualmente, ela recebe um salário mínimo por mês de um plano do Governo federal. “É um auxílio doença”, disse a mulher, que improvisou uma tipoia azul, daquelas usadas para apoiar um braço quebrado, no membro amputado. “Eu uso para esconder o dano que me causaram. Tenho vergonha de mim. Tenho vergonha de sair na rua. Ainda não superei o trauma.”

Rosely não usa mais maquiagem nem deixa o cabelo crescer acima da altura dos ombros.
“Perdi a vaidade”, afirmou a mulher, enquanto mostrava uma foto produzida dela tirada em Campinas. “Eu tinha 27 anos. Usava batom. Namorava e pensava em casar. Não tinha esse cotoco e essa cicatriz feia no cotovelo. Você acredita que às vezes acordo pensando que ainda tenho a mão direita? Eu consigo ter a sensação de mexer os dedos, os nervos estão aqui, mas os dedos não estão.”

O filho André Luiz ajuda a mãe nas atividades domésticas e a incentiva a escrever. “Eu era destra, agora tive de aprender a escrever com a mão esquerda. A letra ainda sai um pouco feia, tremida, mas estou melhorando a caligrafia”, disse a mulher, que torce por uma decisão judicial favorável.

“Eu quero a indenização. Lógico. É o meu direito. Não sei quanto tempo isso vai levar, mas espero que a Justiça seja feita. Só espero que não seja depois de eu morrer porque ainda tenho essa luta contra o câncer. Quero uma prótese mecânica para poder voltar a abraçar meu filho e amarrar meus tênis sozinha novamente. Quero ter um carro adaptado para voltar a trabalhar vendendo roupas como antes. Quero o que tiraram de mim de volta. Quero minha vida pacata e simples.”

A Justiça ainda analisa o pedido da indenização. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, “a ação, que deu entrada em 11 de fevereiro deste ano, está em andamento na 4ª Vara da Fazenda Pública da capital". "Não há decisão a respeito do caso.”

O que dizem hospital e governo de SPProcurado para comentar a ação de indenização que a paciente move contra o Santa Marcelina, o hospital respondeu que “o departamento jurídico também está acompanhando o caso, pois a paciente entrou com uma ação contra o hospital”.

O governo do Estado de São Paulo também foi procurado para falar sobre a ação, mas não respondeu aos questionamentos do G1.
Mulher diz ser vitima de erro medico (Foto: Kleber Tomaz/G1)Rosely exibe fotos com o filho André Luiz (ao seu lado) tiradas quando ele era criança: 'Quero uma prótese mecânica para poder abraçar meu filho e amarrar meus tênis novamente' (Kleber Tomaz/G1)